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Solta aí um mercedes slk 55 amg pro bam-bam!

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SOLTA AÍ UM MERCEDES SLK 55 AMG PRO BAM-BAM!

Postado por Arnaldo Keller

Fotos: autor




Não estou brincando. Acho mesmo que todos os fabricantes de carros médios e grandes deveriam copiar a modulação dos comandos dos modelos da Mercedes. Muitos se restringem a copiar suas linhas, enquanto que, para mim, o que os modelos da marca têm de melhor é a sensação de prazer que temos ao dirigi-los.


A direção tem o peso e a resposta corretos. O pedal do freio tem peso e progressividade corretos. O pedal do acelerador tem a progressividade correta. Não posso falar sobre o pedal de embreagem nem sobre o trambulador de câmbio dos Mercedes modernos, pois todos os modernos que guiei eram automáticos, porém os antigos os tinham dentre os melhores de suas respectivas épocas. Os caras são mestres nisso.


Comandos perfeitos, leves e precisos
Isso significa que logo na primeira saída com o carro sentimos que ele responderá sem surpresas desagradáveis aos nossos comandos. Não temos que ir gravando pequenos alarmes em nosso subconsciente, do tipo “fique alerta com os freios, eles são muito repentinos, pise maciozinho senão ele estanca”, “fique alerta com a resposta do volante, ela é muito lenta”, ou “ela é muito rápida”, “muito leve”etc. Com os Mercedes tudo acontece como naturalmente esperamos. Então, esse acerto perfeito imediatamente nos deixa à vontade para guiarmos sem incômodos, sem pedrinhas no sapato.

Não é por mero acaso, não. É inteligência, tradição. É resultado de experiência acumulada e não experiência jogada fora. Jogada no lixo, como muitas vezes vemos em outras marcas que já tiveram carros bons e parece que esqueceram e os pioraram. A Mercedes tem boa memória e só melhora.


Outro item perfeito nos Mercedes é a ergonomia. Os bancos gostosamente envolventes e almofadados na dose certa – e essa dose depende do propósito a que o carro se destina; se é um esportivo eles são mais duros e justos, para passar mais informações ao motorista –, o alcance aos comandos, a posição dos pedais, a posição do volante. Tudo está colocado no lugar certo e feito do jeito certo.



Os bancos são o que há de melhor

Esses itens já evidenciam que quem fez o carro sabia fazer carro, e não só sabia fazer uma boa máquina. Tem diferença nisso, sim. Carro bom é mais que uma máquina de locomoção, é uma máquina que se destina a dar prazer a quem sabe saborear.


E é nessas que entra o Bam-Bam na história.


O anigo Bam-Bam todo contente
O Bam-Bam é meu amigo desde criança e grande velejador. Foi ele quem me ensinou a velejar e foi ele quem me ensinou que devemos pilotar barcos com muita suavidade. O leitor pode crer que se o barco estiver batendo e a viagem estiver sendo sofrida, tipo o barco volta e meia fugindo dos seus pés, que esteja certo que o piloto é bração e é bom ir vestindo o colete salva-vidas.


Então o Bam-Bam, cujo apelido provém de sua força natural tipo urso branco, está solteiro, tem um jipe Tucson pra detonar no dia a dia e está a fim de comprar um carrinho esporte pra de vez em quando viajar gostoso do jeito que todos aqui gostamos.


Por sorte ele veio dizendo que queria um SLK usado. Ótimo, porque pra começar os Mercedes são uns tanques de guerra. Estão entre os mais duráveis e resistentes. Se acharmos um bem cuidado, será muito provável que o Bam-Bam não tenha problemas com o carro. Outra, o SLK é conversível; sua capota rígida se dobra pra lá e pra cá e se amarfanha e entra pra dentro do porta-malas com um apertar de botão. Temos aí dois bons mundos, o silêncio dos cupês e a sensação de liberdade dos conversíveis. Fora o que é bonito, bem estruturado e compacto. SLK vem de Sportlich, Leicht und Kurz, ou seja, Esportivo, Leve e Curto.


Aa capota rígida fica guardada e bem arrumada no porta-malas
Bom, então o Bam-Bam tinha que andar num SLK antes de ficar sonhando e procurando um. Vai que ele guia um SLK e não gosta? Isso é raro, mas pode acontecer.


Eu tinha visto que a loja Só Veículos, na Av. Europa, 829, em São Paulo (www.soveiculos.com.br), tinha um SLK. Pedi para darmos umas voltinhas com o carro. Tudo bem, mas só que esse não é um SLK comum, esse é um 55 AMG, o que significa que em vez dele ter um 4-cil ou um 6-cil – como são os SLK normais –, ele tem um V-8 de 5,5 litros preparado pela AMG, a divisão da Mercedes que oficialmente envenena seus modelos. Esse aí produz 360 cv a 5.750 rpm e 38,3 mkgf a 4.000 rpm – um motorzaço, apesar da potência específica não ser nada alta: 65 cv:litro.


V-8. 5,5 litros, 360 cv e 38,3 mkgf

Assista os dois breves vídeos e ouça o V-8 e veja como esse SLK freia (vídeo 1 e vídeo 2).

O câmbio é automático de 6-marchas, com opção de trocá-las tanto nas borboletas que ficam atrás do volante quanto com toques na própria alavanca. Andei, testei algumas vezes, e volto a me certificar de que na prática só servem para descer a serra na marcha escolhida, e olhe lá. Explico.


O motor, claro, é um canhão. V-8 da AMG, não precisa de comentários redundantes. As trocas de marchas quando no modo automático são perfeitas. Rápidas, o giro cai pouco, são 6 marchas, então a mais alta entra ainda dentro da ampla faixa de torque, então é pegada forte o tempo todo: 0 a 100 km/h em 4,7 segundos e segue subindo forte. O galho fica para quando resolvemos trocar as marchas nas borboletas, porque esse câmbio ao passarmos de giro – faixa vermelha a 6.700 rpm – não mete a marcha superior. Tudo bem, gosto disso, já que ele obedece e boa. O galho é que ao passar de giro ele corta e nos pune feio, ficando cortado um tempão, parece que de bronca, mesmo quando à primeira cortadinha logo tocamos a borboleta pedindo marcha superior. Entra a marcha superior e ele continua cortado um tempão; como disse, parece que nos punindo “Olha aí, seu bruto, veja se não faz mais isso! Veja se aprende!”.


O resultado, então, é deixar no modo automático, pois ele sabe tudinho o que deve fazer. As trocas saem perfeitas e não tem essa de cortar motor. E sem essa de “ajudar os freios reduzindo marchas”. Isso já era. Ali tem freios de sobra e a reduzida na prática não ajuda em quase nada. Então, pé no freio, que ele freia uma barbaridade e não se cansa de fazê-lo.


Ele não é levinho como sugere o “Leicht”, mas não chega a ser pesado: 1.500 kg. Está na média dos esportivos atuais, o Porsche 911 Carrera pesa mais ou menos isso. Tem entre-eixos de 2.400 mm e o motor até que é bem recuado. Tem boa distribuição de peso e não sentimos a frente pesada. Traciona barbaridade. É ágil, rápido e... confortável. Ninguém vai reclamar de falta de conforto. Então é um esportivo de alto desempenho que não abre mão de um sofisticado conforto – atende a gregos e troianos, ou melhor, às gregas e troianas, porque o Bam-Bam não abre mão de nada, nunca.


Pena que esse AMG está acima do valor que o Bam-Bam se dispõe a gastar. Se alguém souber de um SLK com pouco uso, V-6, nos trinques, cor prata, a “oficial” dos esportivos alemães, avise aí. Ajude esse meu amigo, tadinho, porque estará me ajudando por tabela, já que carro dele eu pego a hora que eu quiser.





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